Couro e calçados: nova fase pela sustentabilidade

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Um desafio foi lançado para os setores de couros e calçados nesta quarta-feira (13): fazer da cadeia integrada brasileira a primeira 100% certificada em sustentabilidade do planeta. A proposta foi feita por Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co, durante o evento Sustentabilidade: é hora de avançar, promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), com o apoio do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). A atividade ocorreu em Campo Bom (RS), reunindo mais de 400 pessoas, e teve apresentação da Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSCB). 

Birman foi o primeiro palestrante da noite e enfatizou que a indústria brasileira tem todas as condições de tornar realidade a ideia da sustentabilidade integral no setor. A apresentação dele foi seguida por uma palestra da jornalista Lilian Pacce, que destacou o couro de pirarucu como um material em alinhamento com o movimento mundial sustentável, pautado pela economia circular. 

As iniciativas positivas e inovadoras do varejo foram apresentadas por Eduardo Ferlauto, gerente de Sustentabilidade da Renner. Gigante do setor – com receita bruta de R$ 11,4 bilhões em 2018 – o grupo apoia a cultura da sustentabilidade em seu negócio com certificações, parcerias com entidades internacionais, indicadores, compromissos e metas. Até 2021, estão estabelecidos objetivos como ter 100% da cadeia nacional e internacional com certificação socioambiental, 100% de seu algodão certificado e obter 75% do consumo de energia corporativo a partir de fontes renováveis. 

As certificações nacionais também foram abordadas. Detalhando o Origem Sustentável, que certifica fabricantes de calçados e componentes com práticas sustentáveis nas dimensões ambiental, econômica, social e cultural, Cristian Schlindwein, gestor de Projetos da Abicalçados, e Ilse Guimarães, superintendente da Assintecal, frisaram que o programa foi reformulado em 2019. Desde então, passou a ter uma maior assertividade nas avaliações, que são desenvolvidas por auditorias externas, sob responsabilidade da ABNT, Senai e SGS,  com a  gestão do Instituto by Brasil (IBB).

O CSCB foi apresentado por Rogério Cunha, gestor de Inteligência Comercial do CICB. “O Brasil, como um dos maiores produtores mundiais de couro, precisava ter uma certificação própria, adequada às especificidades da indústria nacional. Foi assim que, por uma demanda do setor, foi construído o CSCB”, destacou. Cunha abordou a amplitude do selo, que contempla indicadores que invariavelmente trazem ao curtume engajamento de equipes, eficiência produtiva, economia de recursos e resultados concretos no balanço. 

Um painel com representantes das empresas Bibi (Ismael Fischer), Curtume Mats (Mauro Becker), Cipatex (Marcelo Nicolau) e Renner (Eduardo Ferlauto) encerrou o evento, debatendo o alto grau de importância que a sustentabilidade tem na decisão de aquisição do consumidor e como um processo de implantação de certificações pode ser iniciado. “Trabalhe nos programas de sustentabilidade com a equipe que você tem. Comece pequeno, defina metas e busque a melhoria”, destacou Nicolau. Já Becker falou da importância do CSCB em seu curtume e como há uma valorização e reconhecimento do mercado em torno das certificações.