Lei do couro: atuação junto a montadoras e concessionárias de automóveis

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O segmento automotivo é um dos focos do trabalho realizado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) para difundir a lei federal 4.888/65, que determina que somente artigos feitos em pele animal podem receber a denominação “couro”. Na publicidade ou em manuais, o uso das expressões “couro sintético” ou “couro ecológico” para comunicar o material com que são feitos bancos e revestimentos internos dos veículos é vedado pela lei, que destaca ser proibida a colocação de prefixos ou sufixos junto à palavra “couro”.

Mais de 200 concessionárias de automóveis em nove diferentes estados brasileiros já foram visitadas pela equipe do CICB, nas chamadas Blitzes da Lei do Couro, e há também um trabalho de conscientização junto aos setores de marketing e jurídico das montadoras no país. Marcas como Hyundai, Honda, Toyota e Lifan Motors, que antes utilizavam expressões como “couro sintético” em suas comunicações com o cliente, passaram a adotar nomenclaturas adequadas com o trabalho da Lei do Couro. São correções que não somente colocam marcas e empresas em sintonia com a legislação, mas também melhoram a relação com clientes, que passam a entender de forma mais precisa os produtos que estão comprando.

Apesar dos resultados positivos, há casos como Volkswagen, Audi e Mercedes-Benz no Brasil que mantêm anúncios e descrições técnicas erradas, apesar de todos os alertas feitos pelo CICB. “O que nos causa muito estranhamento é que essas marcas, em nível mundial, são grandes clientes do segmento de couro para o setor automotivo e valorizam essa matéria-prima como um atributo de alto padrão em determinados produtos”, destaca o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello. De acordo com o gestor, é um contrassenso que no Brasil essas mesmas marcas façam justamente o oposto, reduzindo a importância do couro ao utilizá-lo para nomear insumos sintéticos e, ademais, violando a lei.

Em maio, a entidade iniciou uma nova abordagem com as marcas que mantêm expressões errôneas, desta vez informando diretamente presidentes e CEOs no país sobre as infrações.