Fórum CSCB de Sustentabilidade: veja o resumo de todas as atividades

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Experiências positivas já comprovadas e possibilidades inovadoras e promissoras para o trabalho da indústria do couro foram as pautas mestras do Fórum CSCB de Sustentabilidade, ocorrido na tarde de quinta-feira, 8 de novembro. Com lotação esgotada, o evento reuniu um qualificado público no Instituto Senai de Tecnologia em Couro e Meio Ambiente, em Estância Velha, em torno do tema central “Qual o Retorno do Investimento Sustentável?”.

A realização do fórum foi do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com apoio do projeto Brazilian Leather, uma iniciativa de CICB e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para o crescimento do couro do país no mercado internacional. O patrocínio Gold foi de JBS Couros e Química Carioca. Patrocinadores Silver: SystemHaus e Euro-América. 

Rafael Andrade, consultor de design e inovação do CICB, abriu o ciclo de abordando a comunicação. Mostrou a evolução recente do posicionamento da entidade, em que se criou uma proposta de valor para a indústria do couro brasileira em todo o mundo, e o que se sinaliza para os próximos anos. “Precisamos questionar nosso modelo de negócio. Todas as empresas precisam pensar como será o futuro. Consumidores estão saturados de informação, e é preciso saber falar com a nova geração”, disse Rafael, ao apresentar as tendências em narrativa e recursos que o setor deve adotar em breve. Com a moderação do presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, a etapa de perguntas da plateia tratou, também, da importância da criação de departamentos exclusivos de comunicação dentro dos curtumes.

O segundo painel teve três jovens e talentosos profissionais compartilhando suas experiências com o couro, o design e a indústria moveleira: Pedro Enger, diretor da Brava Forma, e Maurício Noronha e Rodrigo Brenner, da Furf Design Studio. Com 30 anos de história no mercado de móveis de luxo, Brava Forma entende seu segmento como um espaço em que é necessária pesquisa de tendências e convergência com o que o cliente quer em sua casa, como explicou Pedro. “O couro é um elemento que nos ajudou na nossa evolução. Buscamos couro certificado e hoje há crescimento de procura por parte do consumidor em função do material conferir nobreza e também durabilidade ao produto”, frisou. Design é significado, explicou Rodrigo ao iniciar a apresentação de Furf. “Nosso questionamento é ‘o que estamos trazendo para o mundo?’. O planeta pede por mais autoestima, poesia... coisas intangíveis. Através de produtos, conseguimos trazer isso”, disse. Maurício e Rodrigo também contaram a história da Confete, a capa colorida para prótese de perna desenvolvida pela dupla que ganhou os três maiores prêmios de design do mundo, e que conseguiu ser acessível em termos de custos e elevar a autoestima de seus usuários. As perguntas da plateia foram recebidas pelo presidente do Conselho Diretor do CICB, Gilmar Harth, que reforçou a importância para a indústria do couro em não esperar pelo que pede o cliente, e sim desenvolver soluções e inovações para ele, além do valor da comunicação atualmente – inclusive para o couro.

O italiano Primiano De Rosa-Giglio, da Lineapelle / Unic, abordou sua participação e os resultados no Estudo conjunto da Confederação de Associações Nacionais de Curtidores da Comunidade Europeia (Cotance) e União Nacional da Indústria Curtidora da Itália (Unic), que desenvolveu as Regras de Pegada Ambiental em Categoria de Produto (PEFCR) para o couro, em um trabalho ligado à Comissão Europeia para o projeto Single Market for Green Products. Foram quatro anos de pesquisa na concepção deste documento que possibilitou às indústrias de curtumes a avaliação completa da pegada ambiental de seus produtos, incluindo melhorias importantes sobre processos de produção, mensuração de resultados e análise de insumos químicos.  Debatedor do painel, Francisco Beduschi, da NWF (entidade de proteção do meio ambiente sediada nos Estados Unidos) falou sobre a abordagem colaborativa da entidade e o papel relevante que a indústria do couro pode ter para estimular a melhoria na pecuária. CEO da Química Carioca, Ernani Pohren recebeu as perguntas da plateia e iniciou sua participação abordando os novos profissionais que estão chegando à indústria do couro: possíveis oportunidades para estes talentos e especialização.

Fechando o ciclo de palestras, Arezzo & Co. e Calçados Bibi falaram sobre a relação com fornecedores, a cultura das duas companhias e perspectivas no campo das certificações e sustentabilidade. Cisso Klaus, por Arezzo, destacou que a palavra “transparência” guia o relacionamento da empresa com sua rede de fornecedores, bem como o estímulo ao aprimoramento constante. “Não adianta sermos sustentáveis, se a nossa cadeia de valor não for também”, disse. Ismael Fischer, por Bibi, elencou oportunidades para o crescimento de seus fornecedores, como pontualidade e uniformidade em produtos. “Queremos apoiar o desenvolvimento de nossos parceiros, para que possamos todos crescer em eficiência e competitividade”, disse. As perguntas do público tiveram a mediação de José Fernando Bello, que destacou que Arezzo e Bibi são dois exemplos extremamente positivos da indústria calçadista brasileira em inovação e atenção ao cliente. 

O painel com Arezzo e Bibi foi seguido por um momento muito importante no Fórum CSCB de Sustentabilidade: a Assinatura de Acordo de parceria das duas empresas com a Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro. O acordo estimula os fornecedores das duas companhias a participarem e serem reconhecidos pelo programa, que dissemina as melhores práticas na produção curtidora, com base nos pilares sociedade, meio ambiente e economia. A assinatura teve a participação de Gilmar Harth, presidente do Conselho Diretor do CICB, e José Fernando Bello. 

No encerramento do evento, Vinicius Fonte, gestor de projetos da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq) fez o lançamento de um novo projeto para a próxima edição da Fimec: a instalação do Curtume 4.0 durante a feira. Explicou Vinicius que o projeto proporcionará aos visitantes uma visão clara do processo produtivo e a correta adequação de máquinas para o setor.