Veja como foi o Fórum CSCB de Sustentabilidade

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Ideias, experiências e tendências.  A mais recente edição do Fórum CSCB de Sustentabilidade colocou em pauta as oportunidades e os possíveis caminhos para o setor de couros por meio do conhecimento de especialistas convidados e pelo diálogo com a plateia. O couro a partir da pecuária, passando pela moda, avaliação de processos e a indústria 4.0 foram discutidos no evento, que já é considerada a plataforma anual do setor para relacionamento e debate dos rumos da atividade curtidora. 

O Fórum CSCB de Sustentabilidade ocorreu nesta quinta-feira (10), na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), logo após o Encontro Nacional da ABQTIC, com realização do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Patrocínio Ouro: Stahl. Patrocínio Premium: JBS Couros e Lanxess. Tema central: Negócios Disruptivos para um Mundo Disruptivo.

 Executivo da Embrapa, Kepler Euclides Filho abriu o evento com os números que fazem do agronegócio brasileiro um destaque mundial: sozinho, o agro responde por 23% do PIB nacional, 43% das exportações e 32% dos postos de trabalho. “Até 2050, o mundo deve ter mais de 9 bilhões de pessoas, com crescimento da população urbana, maior educação e consumidores fazendo escolhas cada vez mais baseadas na análise de impactos ambientais e sociais”, explicou. Rastreabilidade e certificações, detalhou o especialista, são pilares importantes para o Brasil crescer neste cenário. O painel teve a moderação da jornalista Lizemara Prates. 

Neste ano, o Fórum CSCB de Sustentabilidade apresentou dois casos de sucesso de jovens empreendedores que investiram no couro como a matéria prima central de seus produtos. Gustavo Oliveira investiu R$ 16 mil para criar a Cutterman & Co (marca especializada em artigos masculinos em couro) e deve encerrar 2017 com faturamento de R$ 2 milhões; Renato Pereira, criador da brand de bolsas Escudero, deve fechar negócios na ordem de R$ 1,8 milhões neste ano. Os dois tiveram carreiras prévias longe da indústria curtidora (Gustavo é publicitário e Renato teve uma bem sucedida história no mercado financeiro) e viram no couro uma oportunidade para criar produtos incríveis e com valor agregado. “Vejo em seus produtos uma simplicidade que leva à sofisticação”, comentou o estilista Walter Rodrigues, que fez a moderação do painel.  

Exemplos práticos das melhorias implantadas pela Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSCB) na indústria curtidora foram detalhados no painel que teve representantes de quatro curtumes. “A partir do CSCB, quebramos paradigmas, organizamos equipes em células, estabelecemos metas e buscamos o comprometimento de todos. Mensuramos resultados e houve células em que a produtividade aumentou 100% após a implantação do CSCB”, disse Augusto Coelho, diretor do Curtume Moderno. Para Angela Miyasato, da Internacional Couros, o CSCB tem um diferencial importante sobre outras certificações, que é o olhar social, e uma atenção relevante com a rastreabilidade, que permitiu à empresa uma seleção mais aprimorada de seus fornecedores. Simone Flach, da Controladoria da Fuga Couros, deu em primeira mão a notícia de que, em breve, a empresa passará por auditoria para obtenção da certificação. Manoela Junqueira Becker, diretora adjunta do Curtume Mats, ressaltou que o CSCB é um norteador sobre os rumos da empresa, frente a tantas informações e tendências atuais do mercado. 

O encerramento do Fórum CSCB de Sustentabilidade contou com painel ligado exclusivamente à tecnologia, inovação e à indústria 4.0, com a moderação do presidente executivo do CICB, José Fernando Bello. Um projeto de maior integração da cadeia composta pelo couro e a indústria da gelatina foi proposto por Claudia Yamana, presidente da Associação dos Fabricantes de Gelatina da América do Sul (Sagma). “O setor da gelatina consome 90% das aparas não curtidas do setor de couros. Precisamos pensar em ações conjuntas visando o mercado final dos dois negócios”, destacou. O pesquisador Junico Antunes trouxe ao plenário sua experiência acadêmica e de mercado, apresentando exemplos de inovação e as vantagens do uso da tecnologia e da flexibilidade na indústria. Roberto Felix Haas, diretor da System Haus frisou a importância da qualificação de equipes internas para que se crie um ambiente propício para a geração de novas ideias, à quebra de paradigmas e à inovação.