A Lei do Couro está gerando um movimento de grandes dimensões e resultados surpreendentes. Com o apoio do Sindicato das Indústrias de Artefatos e de Curtimento de Couros e Peles de Novo Hamburgo, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) está promovendo em todo o Rio Grande do Sul um trabalho de visitas ao varejo de rua e em shopping centers para averiguar a correta aplicação da palavra “couro”, bem como orientar gerentes e diretores sobre a lei que proíbe o uso de expressões como “couro ecológico” e “couro sintético”. As chamadas blitzes da Lei do Couro, iniciadas neste modelo no mês de setembro, já visitaram mais de 1 mil estabelecimentos pessoalmente em 24 cidades do interior do Estado e Região Metropolitana para fazer valer o que diz a lei 4.888/65. Outros estados também receberam essas ações.
A equipe viaja pelo Rio Grande do Sul em um carro identificado com o visual da campanha, com material de apoio impresso e um grupo de orientadores uniformizados e treinados para verificar publicidade, etiquetas e a comunicação utilizada por comerciantes e comerciários. A partir de qualquer irregularidade, a equipe transmite as orientações necessárias para educação e adequação à lei. Em caso de má recepção à informação sobre a proibição de expressões como “couro sintético”, aciona-se o departamento para denúncia de irregularidade junto aos órgãos responsáveis, como Procon e Polícia Civil. O objetivo é instruir o comerciante e assegurar que o consumidor não seja lesado. “O couro é um artigo nobre, de origem animal, elaborado a partir de um extenso trabalho, e é realmente importante que haja esse discernimento para que o consumidor não seja prejudicado”, afirma Janete Maino, diretora executiva do Sindicato, junto com o presidente da entidade, Francisco Assis Stürmer e o diretor Cícero Marchini.
As blitzes têm gerado grande repercussão em todas as cidades por onde passam, não somente junto aos lojistas, mas também com consumidores – estes, de todas as idades, promovendo o tema da diferenciação do couro frente a outros materiais entre o público jovem. O presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, destaca que a recepção à equipe do CICB tem sido, em geral, positiva, uma vez que a ação está fortemente ligada à informação e educação no atendimento de varejo, com benefícios para todos.
Resultados
Nas cidades visitadas pela equipe do CICB em parceria com o Sindicato, alguns casos curiosos e repercussões positivas foram observados pelos orientadores. Como a campanha da Lei do Couro se iniciou há mais de um ano, alguns estabelecimentos que já tinham sido alertados há meses pelo CICB sobre a proibição do uso de prefixos e sufixos com a palavra “couro” agora estavam com a comunicação impressa e verbal adequada, inclusive citando a ação do CICB para a origem de sua adequação.
Em outros estabelecimentos, a equipe recebeu com surpresa algumas justificativas para o uso inadequado da palavra couro. Em Santa Maria, alguns lojistas disseram que “couro ecológico” é um termo que todo o mercado utiliza e que, por isso, estavam comunicando assim os seus produtos. Em muitas cidades, como Erechim, Soledade e Passo Fundo, a prática no comércio é de utilizar as etiquetas dos produtos corretamente (descrevendo o material como PU, por exemplo), porém informando ao consumidor que aquele artigo é feito em “couro”.
Lojas no interior e também na região metropolitana, como em Esteio e São Leopoldo, informaram que a orientação para comunicação de “couro sintético” e “couro ecológico” chega a partir dos representantes de indústrias de calçados e roupas. Esse dado – e outros coletados nesta experiência direta com o varejo – servirão de base para a elaboração de novas estratégias e ações da Lei do Couro em todo o Brasil.
Acesse o site da campanha e veja como contribuir para que essas ações continuem: www.cicb.org.br/leidocouro.
Cidades visitadas:
Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, Cachoeirinha, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, Dois Irmãos, Ivoti, Venâncio Aires, Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Erechim, Passo Fundo, Soledade, Lajeado, Carlos Barbosa, Garibaldi, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Nova Petrópolis, Canela e Gramado.